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Polícia Civil do Piauí
SEM PROBLEMAS
04/11/2005 - 09:00:00  
  
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(Homenagem Póstuma do Del. João Paulo ao Del. Félix)

- SEM PROBLEMAS! Era assim que meu amigo, Delegado Félix, sempre respondia a mim e aos colegas da Polícia Civil, quando dele precisávamos. Ah! Quase me esquecia, ele também nos respondia com as palavras "Tranqüilamente!”, "Perfeitamente!”, "Vamos resolver tudo!”, “Agora mesmo!”. Era incomum vê-lo abatido, depressivo e insatisfeito com a vida. Em épocas passadas, quando a prestação dos serviços do policial civil ainda era pouco valorizada, lembro-me de tê-lo visto magoado, decepcionado e, até mesmo, revoltado. Mas, tudo isso, advinha da ineficiência do Estado, por falta de garantia de condições básicas para implementação de suas brilhantes idéias voltadas às políticas de segurança pública, objeto maior do seu mundo apaixonante. Não obstante, em regra, o Delegado Félix era uma pessoa simples, satisfeita com tudo, e com todos tinha uma empatia muito significativa, especialmente, se se tratava de um policial civil, a quem gostava muito de enaltecer as qualidades e receber de modo festivo, haja vista a grande paixão que o vinculava, excepcionalmente, à nossa instituição. Em 11/03/1979, nasceu a filha Luanna Cecília, que se tornaria a musa inspiradora de muitas poesias. Uma delas, intitulada “MAMÃE”, surgiu antes mesmo que Luanna nascesse, relatando uma curiosa comunicação entre filha e mãe, ainda durante a gravidez: “Daqui a alguns instantes, eu estarei com vocês. Aguarde só um pouquinho, não demoro mais. Os nove meses que estou passando aqui dentro são suficientes para eu sentir o carinho que vocês têm por mim. Ontem mesmo, o papai conversou comigo. Parece que estava feliz, senti pelas suas palavras, pelos seus gestos e pelos seus sentimentos...” A propósito, logo que se tornou pai, Félix teve a inusitada idéia de gravar e transcrever grande parte das primeiras palavras pronunciadas por sua filha Luanna, dentre as quais, consignando sempre as respectivas datas, registrou as seguintes: “Em 08/04/1981 – Bola lá, papai./-Papai, bêja aqui./-Tchau, papai. Em 09/04/1981 – Luanna Cila Sôsa./-Qué bombom, papai?/-Bola sistir fime! Em 11/04/1981 – Ó qui, papai, tês bolinha! Em 12/04/1981 – É bom, papai./-Ica aqui, mamãe. Em 14/04/1981 – Me dá qui, papai!/ -Senta qui, pai. Em 15/04/1981 – Tá mindo, papai?/-Papai, cuta papai!...cuta, mamãe! Em 17/04/1981 – É vêde, papai (ao olhar para um pepino)...” Félix gostava tanto de criança que, na poesia “GOTAS”, assim expressou-se: “Cresci, mas não queria. Ser criança era melhor, não pensava em coisas estranhas...” No poema “SER CRIANÇA”, em 12/10/1981 (Dia da Criança), disse: “... Queria voltar pra dentro do ventre da minha mãe. Eu queria começar tudo de novo, tudo outra vez, desde aqueles momentos dentro da barriguinha da mamãe...” Para a filha Luanna, que ainda era criança, o Poeta Félix escreveu: “Às vezes, as palavras faltam, os gestos falham, mas o coração expressa...” Não raro, quedava-se feito criança, não sabendo se ria ou chorava, emocionado, ao ver seus netinhos abraçarem-no alegremente, ao chegar em casa, após estafante dia de trabalho. Esse mesmo homem frágil, modesto servidor, transformava-se em um gigante, um valente guerreiro, cujas forças multiplicavam-se instantaneamente, na hora da missão de proteger a sociedade contra perigosos delinqüentes, usando, sempre, como principal escudo, a vontade inabalável de obter sucesso na operação. Estava sempre rodeado de amigos, familiares, policiais civis e outros que, comigo, tivemos o privilégio de desfrutar de sua grata companhia, e sermos premiados com a aquisição de virtudes indeléveis que, definitivamente, marcam a vida de um ser humano, por conferirem profundos sentimentos de solidariedade, fraternidade e grandiosa generosidade. Sem problemas, era assim que meu grande amigo gostaria que fosse a vida. Sem problemas, pra tudo ele tinha uma imediata solução. Amou tanto a sua profissão que, mesmo na hora da despedida, o Del. Félix estava combatendo a criminalidade, mostrando a todos a força da união de todas as instituições policiais do nosso e, até mesmo, do vizinho Estado do Maranhão, que se fizeram presença marcante, na difícil hora do adeus. - Sem problemas! Perdi meu melhor amigo, mas ficaram as suas lições, as lições do Professor da ACADEPOL, do Professor da UESPI, do Coordenador das Operações Policiais Integradas, do Coordenador de Delegacias Móveis da Polícia Civil, do Secretário Estadual do Conselho de Segurança Pública do Meio Norte - COMEN, do Diretor de Polícia Judiciária, do Diretor do Departamento de Armas e Munição, do Diretor da Divisão de Polícia Especializada, do Diretor da Divisão de Polícia Metropolitana, do Chefe de Gabinete da Delegacia Geral da Polícia Civil, do Delegado Titular do 1º DP, do 2º DP, do 3º DP, do 4º DP, do 6º DP, da Delegacia de Entorpecentes, além de outras Delegacias e outros cargos que ocupou; do esforçado estudante que detinha três Graduações e uma Pós-Graduação: Licenciatura Plena em Educação Artística, Bacharelado em Administração e Bacharelado em Direito, além da Pós-Graduação de Especialista em Direito Constitucional. Nas horas mais difíceis, ao enfrentarmos o inimigo, nunca mais esqueceremos: - Sem problemas! As orientações do Grande Líder haverão de prosperar, "Tranqüilamente!”, "Perfeitamente!”, "Vamos resolver tudo!”, “Agora mesmo!”. Que a bondade e a misericórdia do Pai Celestial estejam presentes no julgamento do meu amigo e irmão FÉLIX, garantindo-o a PAZ ETERNA, Amém. Teresina, 20 de outubro de 2005. Bel. JOÃO PAULO DE LIMA Delegado de Polícia Classe Especial Chefe de Gabinete da DGPC

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